VERNANT, J P. O universo os Deuses os Homens: São Paulo: Companhia das Letras, 2000

Nome: Andressa Caroline de Souza

Resenha: Jean – Pierre Vernant em sua obra” O Universo os deuses, os homens” faz uma analise sobre mitologia grega. Ele reúne uma serie das mais belas histórias gregas. Que foram passadas de geração em geração, oralmente.

Começa sua análise através dos mitos de origem do povo grego que no começo havia um grande abismo escuro, khaos e depois surge Gaia terra, que da origem a dois outros seres: ponto(as ondas do oceano) e Urano (céu), já tinha as ondas céu e a terra. Mas Urano começa a deitar se com gaia sua mãe, fica sobre em “um coito ininterrupto”, Gaia gera em seu ventre muitos filhos (sem braços os titãs ), mas com Urano está sempre sobre Gaia seus filhos não podem sair, cansada daquela situação, cria de si uma arma para que um de seus filhos castre o pai, o que abilita a fazer aquilo e Crono seu filho casula, assim o faz quando é castrado ele da um grito e vai parar lá no alto firmamento. Agora seus filhos estão livres de ventre da mãe. Crono acorrenta seus irmãos sem braços e torna se o rei do Olimpo com desencadeia uma serie de brigas familiares, traiu seu pai ele fica com medo do que o mesmo aconteça com ele, engoli cada filho que ele com sua esposa mas seu último filho ela esconde. Zeus fica escondido em uma caverna protegido de seu pai.

O Segunda parte dessa serie de traições entre pai e filho Zeus trava uma guerra com Crono pelo poder, sai vitorioso, mas quem sai aos seus não degenera faz quase a mesma coisa com, filhos. Só que em vez de engolir seus filhos ele absorve também a mãe. Em vez de Atena nascer do ventre da mãe nasce da cabeça de seu pai.

Quando batalhava com Crono Zeus teve a ajuda de Prometeu. Ele é filho de um titã, Jápeto que é irmão de Crono mas descende de uma linhagem diferente. Prometeu é um aliado de Zeus mas não um partidário, ele age por sua própria vontade.

Mas Zeus trava com Prometeu uma disputa para ver quem é o mais esperto: do sacrifício ao roubo do fogo, mas a sua principal arma contra os pobres homens, foi a criação de uma criatura que desde aquela época atormenta a cabeça dos homens. Cria e coloca no mundo a primeira mulher Pandora .Vernant ressalta o envolvimento dos deuses nas disputas dos mortais, começando com Prometeu até a guerra de Tróia que começa com um pequeno concurso de beleza entre as deusas Afrodite, Hera e Atena. Utilizando como juiz Paris filho casula de Priamo rei de Tróia. O futuro amante de Helena, o que uma futilidade das deusas foi capaz de causar para o frágil mundo dos homens. Ulisses um dos Heróis da guerra de Tróia tem turbulento retorno para a ilha de Ítaca, mais uma vez por intervenção dos deuses, ele ofende Possêidon e enfrenta muitas batalhas até chegar em casa que demora 20 anos. Um mundo cheio de histórias de aventuras traições e relacionamento de deuses e mortais. Zeus que era um profundo admirador da beleza das mortais, ( Leda, Alcmena ,Europa e Dãnae) foram algumas das conquistas de Zeus, dessas relações deram frutos (Hércules, a famosa Helena de Tróia , Minos e Perseu) Heróis , princesas e reis descendentes dos deus dos Deuses.


Título do trecho selecionado: “A primeira mulher”

Trecho:
E depois graças as Prometeu tornaram seres civilizados, diferentes dos animais e diferente dos deuses. Mas as artimanhas da guerra entre Zeus e Prometeu não terminaram. Zeus escondeu o fogo, Prometeu roubou o fogo. Zeus esconde o trigo os homens trabalham para ganhar seu pão. Contudo, Zeus ainda não está satisfeito, acha que o fracasso do adversário ainda não é total. Zeus dá uma gargalhada, como gosta de fazer, e lhe reserva mais uma humilhação terceiro ato.

Convoca Hefesto, Atena e Afrodite e divindades menores como as Horas, Hôrai. Manda Hefesto molhar argila com água e modelar uma espécie de estátua com a figura de parthénos, ou seja uma figura de mulher ou, ainda mais exatamente, de donzela, de mulher pronta para o casamento mas ainda solteira e sobre tudo ainda sem filhos. Então, Hefesto começa a modelar uma espécie de feições graciosa de bela virgem. Depois é a vez de Hermes dar vida a essa estátua, conferir –lhe força e voz de um ser humano, bem como outras particularidades das quais falaremos mais adiante. Em seguida, Zeus pede a Atena e Afrodite para vestirem essa estátua, prolongando sua beleza com o brilho dos trajes típicos do corpo feminino, os enfeites, as jóias, o corpete, o diadema. Atena lhe da um manto maravilhoso, brilhante, luminoso como a gordura branca que envolvia os ossos da primeira seqüência desse relato. A jovem donzela resplandece com todos seus fulgores. Hefesto coloca sobre sua cabeça um diadema, de onde sai um véu de noiva. Esse diadema ornamentado com um motivo animal representando todos os bichos que povoavam o mundo, pássaros peixes , tigres e leões. A fronte da jovem brilha com vitalidade de todos os animais. Está esplendida thaûma ídesthai, uma maravilha que deixa qualquer um estarrecido de assombro e completamente apaixonado.

A primeira mulher está ali, diante dos deuses e dos homens ainda reunidos. É uma estátua fabricada, mas não é a imagem de uma mulher, posto que ainda não existe nenhuma. É a primeira mulher, o arquétipo de mulher. O feminino já existia, porquanto havia as deusas. Essa criatura feminina é modelada como uma parthênos, à imagem das deusas imortais. Os deuses criaram um ser feito de argila e água, ao qual imprimem a força de um homem, sthénos, e a voz de um ser humano, phoné. Mas Hermes também põem em sua boca palavras mentirosas, dota de um espirito de cadela e de um temperamento de ladra. Essa estátua, que é a primeira mulher, da qual saiu toda a “raça das mulheres”, tem aparência externa enganadora, tal como certas partes de um touro sacrificado ou como o funcho é impossível contemplá – lá sem se sentir maravilhado. Ela possui a beleza das deusa imortais, sua aparência é divina. Hesíodo conta isso muito bem. Ficamos extasiados com sua beleza, realçada pelas jóias, o diadema, o véu. Dela irradia se a kháris, um charme infinito, um brilho que submerge e doma a quem a vir. Sua kháris é infinita , múltipla, pollè kháris. Homens e Deuses dobram – se a seu encanto. Mas por dentro esconde se outra coisa. Sua voz vai lhe permitir conversar e tornar companheira do homem, seu dublê humano. Mas a palavra é dada a essa mulher não para de dizer a verdade e expressar seu sentimentos, e sim para contar mentiras e esconder suas emoções

Na descendência de noite havia nascido todos os males, a morte, as matanças, as Erínias, é claro, mas também entidades que poderíamos traduzir como “palavras mentirosas ou sedutoras”, “união ou ternura amorosa”. Ora desde seu nascimento, Afrodite também vem acompanhada de palavras mentirosas e sedução amorosa. O mais noturno e o mais luminoso, o que resplandece de felicidade e a luta mais sombria juntam se na forma dessas mentiras, dessa sedução amorosa. Assim ali está Pandora: luminosa como Afrodite, mas semelhante a uma filha de noite; feita de mentiras e faceirice. Zeus não cria essa parthénos para os deuses mas só para os mortais. Assim como se livrara das disputas e da violência enviando-as para os mortais, assim também Zeus lhes destina essa figura feminina.

Prometeu vê se de novo derrotado. Compreende de imediato o que está diante do gênero humano que ele tentou favorecer. Como seu nome indica, Prometeu é aquele que compreende antecipadamente, aquele que prevê, ao passo que seu irmão, que se chama Epimeteu, é aquele que compreende depois, tarde demais, é aquele que está sempre furioso decepcionado por nada ter percebido de antemão. Nós, pobres e infelizes mortais, somos sempre, a um só tempo prometéicos e epiteméteicos, previmos, fazemos nossos planos, mas volta e meia as coisas se passam contrariamente as nossas expectativas, surpreendendo-nos e deixando-nos indefesos.

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