MICHULIN, A. V., A História da antiguidade. Lisboa, 1960.

Acadêmico: Ivanilso Antonio Trojan

Resenha:
Neste livro o autor narra a formação das principais civilizações, observa-se como a luta das classes menos favorecidas consegue vencer os seus opressores dos quais eram subjugados, discorre sobre a ciência histórica, porque acompanha os fatos históricos do inicio das civilizações. O autor enfoca o surgimento das primeiras civilizações.

O Egito, uma das mais antigas civilizações, originou-se às margens do rio Nilo, sendo governado por Faraós. A religião misturava-se a natureza e como reflexo desta crença, os deuses possuíam cabeça de animal e corpo humano. O império Egípcio ruiu devido às guerras internas e externas, pois tinha muitos inimigos. O império foi conquistado pelos persas no ano de 525 a. C., tornando-se então uma província do Império Persa.

A Mesopotâmia surgiu aproximadamente na mesma época, porem pouco se conhece a cerca da data de sua origem. Estava situada num vale entre os rios Tigre e Eufrades e, deles dependiam para obter alimentos. Constituia-se de diversos povos, cada qual com o seu rei. Criaram os primeiros símbolos e a partir deles estrutura-se o alfabeto. O código de Hamurabi foi o primeiro a expressar por escrito as leis

Na Palestina originaram-se os reinos de Judá e Israel, formado por varias tribos que foram unificadas pelo rei Davi, criando assim o estado judeu. Em 723 a.C. o estado judeu é invadido e dominado pelos assírios.

Da mesma forma que as civilizações já citadas os chineses também dependiam dos rios Hoang-Ho e Yang-Tsé-Kiang, tanto para agricultura como para a navegação. A primeira dinastia, a Chou, caracterizava-se pelo grande numero de propriedades que pertencentes ao rei e seus agregados. Este fato originou-se arestas com os aristocratas levando ao fim esta dinastia. Aproveitando-se das diferenças entre o rei e a aristocracia a província governada pelo rei Chi-Hoang-Ti pouco a pouco foi tomando o poder, iniciando a era da dinastia Chin. Em 206 a.C. houve uma rebelião encabeçada pelos camponeses e escravos ocasionando o fim da dinastia Chin e o inicio da Hom. Neste período houve duas grandes revoluções dos excluídos a das “sobrancelhas vermelhas” e a dos “turbantes amarelos”. Como resultado surgiu novos estados, porem o poder novamente ficou na mão dos mais ricos.

A origem da Grécia permanece obscura cercada de várias lendas. O império Grego inicia-se com as cidades de Greta e Mecenas. Devido a grande relevância das guerras, por meio das quais conquistavam muitas riquezas e ampliavam seu domínio, valorizam-se os homens que eram fortes aptos para a batalha. Este fato levou a valorização de praticas esportivas, com a valorização de vários jogos, sendo que os mais famosos eram os jogos de Olímpia. Os escravos eram vistos como meros objetos e as mulheres possuíam escassos direitos. Em Atenas, diferente de outras cidades que o sistema político era oligarquia ou aristocracia, o sistema era a democracia, que conferia as pessoas o direito de escolher os seus representantes através do voto. O poderio econômico de Atenas fez florescer a filosofia, tendo com principais referencias Sócrates, Platão e Aristóteles. Como todo império a Grécia enfrentava várias disputas internas, como a guerra de Peloponeso, contra Esparta, e externas, destacando-se a luta contra a Pérsia. Os gregos estenderam seus domínios através de Alexandre, o Grande, devido ao domínio de diversos povos impôs o pensamento helênico a várias civilizações. Com a morte de Alexandre, seus principais generais ficam com a administração do império. Depois da morte de Alexandre, as vozes escravas levantam-se, e os aristocratacas pediram auxilio para Roma, que na época encontrava-se fortalecido. No ano de 143 a.C. o exercito romano entra na Grécia dominando todo a pais e sufocando o movimento dos pobres e escravos.

O inicio do Império Romano remonta a fundação de Roma, cuja história e somente conhecida através de lendas. Com o passar do tempo Roma foi estendendo o seu domino a ponto de converter-se no estado mais poderoso do mediterrâneo. Ao tomar o poder de um território, subjugava a maior parte da população ao trabalho escravo. Houve varias revoltas dos escravos, todas sufocadas pelo governo, mas que contribuíram para o declino do estado romano. No ano de 30 a.C. César torna-se cônsul de Roma e após obter êxito em várias batalhas retorna a Roma e passa a governá-la como um ditador absoluto. César é assassinado devido aos seus excessos, como o apoio dos escravistas surge o Império, conservando uma fachada de republica. Com o intuito de agradar e iludir a população os imperadores distribuíam alimentos, dinheiro, terras e diversão promovendo lutas entre gladiadores. Vários monarcas governaram o império, mas um dos mais marcantes foi Nero. Após perseguir e matar democratas que mostravam descontentamento com o seu reinado, Nero foi obrigado a suicidar-se depois de uma rebelião contra ele. Tito Flávio Vespasiano assumiu o poder e devido ao imenso tamanho do império, o dividiu em quatro zonas, que originaram duas partes; o ocidente e o oriente. Isto enfraqueceu o império que foi tomado pelos bárbaros, culminando com a queda de Roma perante Alarico, o chefe dos Visigotos. No século I o cristianismo surgiu e difundiu-se entre os pobres, com a crença que o sofrimento só terminaria com a vinda do Messias, sendo adotado posteriormente como a religião oficial do Imperio. Muitos fatores foram decisivos para a queda do Império, entre eles o excesso de escravos, que desmotivados impediram o progresso e eram autores das constantes rebeliões internas. Por outro lado as facilidades adquiridas pela riqueza levaram os poderosos a exaustão da economia. Os grandes proprietários de terras levaram ao empobrecimento dos camponeses que, sem outra saída, tornavam-se soldados ou então desocupados, desacostumados ao trabalho agrícola. Como resultado o Império produzia menos que o necessário, importando varias mercadorias.

Portanto este livro discorre sobre as principais civilizações antigas, enfatizando seu sistema de governo, sua religião e cultura e os motivos principais que contribuíram para o fim da sua existência. E como as ações das classes menos favorecidas foram decisivas para acabar com os privilégios das classes dominantes.


Titulo do Trecho selecionado: “A aparição das classes sociais”

Trecho:
A organização comunal primitiva é o primeiro estágio na escala da evolução do homem. Por ele passaram todos os povos. A derrubada da ordem social primitiva foi motivada por muitas causas. Quanto maior era o progresso da técnica, a utilização do bronze, e mais tarde também dos instrumentos de ferro, maior se tornava a riqueza da comunidade, maior era a riqueza que se acumulava nas mãos dos indivíduos. O emprego da técnica do metal fêz com que o trabalho manual se separasse da agricultura. E teve também como conseqüên­cia o aumento do intercâmbio entre as gens e até entre os indivíduos, aparecendo assim o comércio. A igualdade que antes existia nas gens começou a desa­parecer, e isso aconteceu porque, em lugar da propriedade comum que existia anteriormente, apareceu a propriedade privada. Algumas famílias acumularam mais terra, mais gado, mais escravos do que outras. Então, deixaram de matar os prisio­neiros, como faziam antes, pois preferem agora converte-los em escravos e obrigá-los a fazer trabalhos pesados. Certos indivíduos acumulam, desse modo, meios de produção: ferra­mentas, terras e até homens (escravos). Enquanto isso, os que nada possuem são escravizados aos ricos proprietários. Assim, alguns membros das gens se tornam ricos e outros, pobres.

A formação do Estado - Os ricos obrigavam os pobres a trabalhar para eles. Além disso, Os ricos reuniam grupos de guerreiros e assaltavam outras tribos. O botim e os prisioneiros eram levados para eles e seus guerreiros. Com o tempo, os chefes e os ricos começaram não somente a transformar os prisioneiros em escravos, mas também os membros da própria tribo, que haviam empobrecido e contraído dívidas com eles. Nos primeiros tempos, os próprios chefes julgavam e impu­nham penas à população pelos vários delitos. Mais tarde, apareceram, entre os ricos, ajudantes do chefe: chefes de círculos, de grupos, juízes, chefes de comunidades e escribas. Os dirigentes, a gente notável e os ricos converteram-se na classe dominante; o resto da população, na classe oprimida. Assim se formaram os Estados de classe, primeiro, pequenos, em seguida, maiores. O Estado dava poder aos proprietários de escravos que, com esse poder, dominavam os escravos e os obrigavam a permanecer nessa condição. Os grandes Estados mais antigos que conhecemos sur­giram nos vales, junto aos rios: no vale do rio Nilo, no norte da África; nas terras baixas dos rios Tigre e Eufrates, na Ásia Menor; junto ao Indo e ao Ganges, na Índia; junto ao rio Amarelo, na China. Nesses vales, antes que em outros lugares, os homens começaram a passar à agricultura em grande escala, a acumular riquezas e a progredir. Mais tarde formaram-se os Estados da Grécia e de Roma.

Monumentos históricos - De que modo a ciência vai desvendando a história desses Estados antigos? Eles são estudados pelos monumentos e documentos históricos. Esses monumentos e documentos são materiais e escritos. Os monumentos materiais são os restos de diversas cons­truções antigas, utensílios domésticos, objetos, ferramentas pri­mitivas, moedas, enfim, tudo o que os homens usaram nos tempos antigos. Muitos monumentos da antiguidade foram encontrados por meio de escavações. Da procura e estudo desses materiais ocupa-se a ciência chamada arqueologia. Os diversos monumentos, tanto escritos como materiais, são conservados em museus e arquivos.

O calendário - Ao estudar história é muito importante ter uma data exata. Na antiguidade não existia um calendário uniforme; cada povo tinha o seu, que se baseava em algum acontecimento de sua história.

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