ISSAC, J. Oriente e Grécia, São Paulo: Editora Mestre Jou, 1964.

Acadêmico: Ivanilso Antonio Trojan

Resenha:
A obra Oriente e Grécia traz uma luz sobre as principais características sociais, econômicas, religiosas, culturais e políticas dos povos que habitaram o Oriente e a Grécia. Enfatiza que, a chegada e morte de Cristo é um grande marco divisor da história. A primeira parte do livro fala sobre as civilizações do Oriente e a segunda parte trata da civilização grega.

O capítulo um, inicia-se a cerca de 4000 anos a.C., às margens do Rio Nilo iniciou-se a civilização egípcia. Em seus momentos iniciais, consistia em apenas alguns pequenos povoados que, mais tarde dividiram-se em alto Egito e baixo Egito, ou seja, dois principados. Por fim o alto Egito acabou prevalecendo, obtendo grande desenvolvimento. Era governado pelo Faraó, que se intitulava o filho dos deuses. Os egípcios cultuavam vários deuses, sendo que, grande parcela deles, era representada por uma figura com corpo humano e cabeça animal. Construíam templos colossais para homenagear seus deuses. Havia uma grande distância entre a classe mais privilegiada, e os pobres. Acreditavam que, certas condições tornavam os homens imortais. Os mortos eram conservados, através do embalsamento, porque os egípcios não admitiam a destruição do corpo. Houve várias tentativas de conquista, que enfraqueceram o poder do Faraó, até que, foram dominados pelos persas e, depois chegaram os gregos e romanos.

A Mesopotâmia, localizada as margens dos rios Tigre e Eufrates, teve uma história conturbada, onde vários impérios se sucederam um após o outro, à medida que vários conquistadores tomavam o poder. Desta forma, houve muitas modificações nos costumes, que eram incorporados tanto pelos vencedores como pelos vencidos. Dentre os povos, destacam-se os assírios, que eram bravos guerreiros e possuíam um exército muito bem organizado.

Os hebreus não mereceram destaque devido ao seu poderio militar ou político, mas sim devido ao seu papel fundamental na religião. Sua história encontra-se registrada na Bíblia, no antigo Testamento, livro sobre o qual se embasa a maior parte das religiões. No início o povo hebreu era errante, até que se fixou na Palestina. Foram expulsos pelos egípcios e passaram 1200 a 1400 anos no deserto de Sinai, período chamado de êxodo. Retornam a Canaan sob a liderança de Moisés. Sua característica principal era a crença em um Deus único, que contrariava os princípios religiosos dos outros povos da Antiguidade.

Cretenses e fenícios marcaram a história por serem grandes navegadores e comerciantes que, através de viagens espalharam sua cultura a outros povos. Os cretenses dominaram a navegação primeiro e, após sua derrota para guerreiros destruidores, foram sucedidos pelos fenícios, que passaram a dominar os mares. O principal objetivo era o comércio, através de vendas ou trocas de produtos, uma vez que eram hábeis para confecção de produtos em série. Tiveram papel importante na elaboração do alfabeto, sendo os primeiros que associaram um símbolo a um som simples emitido pela boca ao invés de representar uma idéia ou uma palavra.

Dois povos ocupavam um planalto no deserto do Irã: os medas e os persas, até que Ciro, aproveitando-se do enfraquecimento dos reis dos medas, unifica e governa os dois povos, dando inicio ao Império Persa.

Grécia: Um país desfavorecido pela geografia, atravessada de montanhas, com verão seco e ardente, mas toda esta adversidade não impediu que imigrantes bárbaros fundassem ali várias cidades, distintas e independentes uma da outra, nunca formaram uma única pátria. Dentre estas cidades duas merecem destaque, Atenas e Esparta, embora totalmente diferentes uma da outra. Esparta foi a cidade quartel. Ser um guerreiro era toda a razão de um espartano, a educação era fazer dele um soldado. Como em todas as cidades gregas, Atenas cultivava seus campos, mas alem disso possuía uma grande praça comercial e industrial, porem o que mais destacou-se em Atenas foi o seu sistema político, a democracia, assim o povo podia escolher os seus governos, isto não impediu que Péricles, um único governador, administrasse Atenas por mais de 30 anos, não como um ditador, mas como uma pessoa respeitada e admirada pelos atenienses. A pujança econômica de Atenas favoreceu a floração de escritores, autores dramáticos e historiadores, sendo também o berço da filosofia, entre os principais filósofos estão Sócrates, Platão e Aristóteles. Ao mesmo tempo em que as cidades gregas enfraqueciam pela discórdia entre pobres e ricos, estas rivalidades favoreceram as ambições do rei Felipe da Macedônia, que em 338 a Grécia cai sob a tutela do macedônico. Com a morte do rei Felipe, seu filho Alexandre, o Grande, assume o seu lugar, tornando-se o maior conquistador da antiguidade, empreendeu conquistas em todo o império Persa, do Egito até a Índia. Implantou a cultura e o pensamento grego para outras civilizações. Após a morte de Alexandre seus principais generais ficam com a administração do império, conhecida como época helenística, que durou por 3 séculos até serem dominados pelos romanos.

Dentre estes povos estudados sem sombra de duvida o que representou um grande papel na história da antiguidade foram os gregos, pois fundaram a mais brilhante de todas as civilizações. Tanto que o seu modelo de administração, seus escritores, autores dramáticos, historiadores e filósofos são lidos e admirados até os dias atuais.


Titulo do Trecho selecionado: “Egito e Grécia”

Trecho: A história do Egito antigo estende-se por três mil anos mais ou menos. É, pois, muito mais longa do que a história de França. Como em todas as histórias, há na história do Egito épocas de grandeza e pros­peridade alternando com épocas de agitações e decadência. Nela se encontram invasões, revoluções, guerras de defesa, e - mais raramente - de conquista, os Egípcios amavam a sua pátria e não desejavam abandoná-la. Durante muito tempo o Egito teve por capital Mênfis, não longe do local atual do Cairo: chama-se a este período o Antigo lmpério. Mênfis foi sem dúvida uma grande e magnífica ca­pital, de que nada resta, nem mesmo ruínas. Entre os faraós que reinaram em Mênfis, os mais ilustres foram Khéops e Khéphren, que mandaram construir para si, à guisa de túmulo (2800-2700 antes Cristo), as enormes pirâmides, os maiores de todos os monumentos de pedra.Mais tarde, sobrevieram perturbações e o reino desorga­nizou-se. Houve uma longa decadência, até a época em que os príncipes de Tebas tomaram o poder (pelo ano de 2 200 a.C.). Então, o Egito tornou-se um reino bem organizado, com uma nova capital: Tebas. É o tempo do Médio Império. Após quinhentos anos - tempo bastante longo - surgiu nova crise: bandos vindos da Ásia, os Hicsos, assolaram e conquistaram todo o país. Os príncipes tebanos conseguiram, enfim, expulsá-los, e o Egito atingiu, então, ao mais alto grau de poder (séculos XVI-XIII a.C.). É o Novo Império, a época dos grandes Faraós, Thoutmés III, Ramsés lI. À frente de seus exércitos, eles atravessaram o ístmo de Suez e estenderam, em duas vezes, o domínio egípcio sobre a Síria. As ruínas co­lossais de Carnaque e de Lucsor - à margem do Nilo, em frente a Tébas - datam dessa época, e uma inscrição gravada nas paredes de vários templos por ordem de Ramsés II narra, com certa gabarolice, como, na batalha de Kadesh, na Síria, este Faraó teria restituído a vitória às suas tropas que recua­vam em combate contra os Hititas 1: é a primeira batalha da história de que temos uma narração circunstanciada. De fato, os dois adversários concluíram, em seguida, uma aliança, e en­tenderam-se para partilhar a Síria.

Grécia: Duas grandes vitórias salvaram a liberdade da Grécia: uma vitória em terra, Maratona, e uma outra no mar, Salamina. Em uma e outra, os Atenienses re­presentaram o papel principal. Maratona (490 a. C.) foi a vitória dos hoplitas atenienses, comandados pelo estrátego Milcíades, sobre um grande exército persa que desembarcara em África, depois de ter destruído de passagem Erétria: Miltíades soube atacar a linha persa em seus pontos mais fracos, em passo acelerado: o inimigo não teve tempo de descarregar as suas flechas e tornou a embar­car em desordem, tendo, dizem, perdido 6400 homens (os Ate­nienses 192). Pequena batalha pelo número de mortos, porém grande pelos seus resultados imediatos e pela coragem que deu aos Gregos. Dario morreu legando a vingança a seu filho Xerxes. Des­ta vez, um maior número de Gregos, cerca da metade dos da Grécia da Europa - quase nenhum das "colônias" fundadas mais longe a Oeste - optaram pela resistência. Um gigantes­co exército persa, atravessando o Helesponto, desceu sobre a Grécia pelo Norte. Tendo chegado diante da estreita passagem das Ternópilas, aí encontrou trezentos Espartanos, tendo à frente o seu rei Leônidas para retardar o inimigo, enquanto a verdadeira defesa estabelecia-se mais ao Sul, em uma passa­gem ainda mais difícil, o istmo de Corinto. Os Persas contor­naram a posição espartana graças às indicações de um traidor, e os Espartanos morreram até o último; depois os Persas al­cançaram Atenas e queimaram-na, destruindo, mesmo, os tem­plos construídos na Acrópole. Mas a grande batalha desta segunda guerra médica tra­vou-se no mar, na enseada de Salamina, onde a esquadra grega aportara. Todo o mérito da vitória deve-se ao Ateniense Temístoceles que, prevendo novo ataque persa, convencera os seus cidadãos a construírem a toda pressa duzentos trirremes, barcos de guerra armados de esporão e com três ordens em cada flanco: colocaram como remadores os cidadão mais pobres que assim pagaram a armadura de hoplita. Atenas tornara-se, inesperadamente, a primeira potência marítima do mundo grego.

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