BRADFORD, E. Aníbal: um desafio aos romanos. São Paulo: Ars Poética, 1992.

Nome do aluno (a): Débora Maria da Luz

Resenha: O autor conta a vida de um grande general, chamado Aníbal, que foi um dos maiores soldados que a terra já teve, um grande inimigo dos romanos, pois nos anos em que conduziu o exercito Cartaginês quase levou Roma a ruína.

A rivalidade entre Cartago e Roma, veio antes mesmo do nascimento de Aníbal, quando teve a Primeira Guerra Púnica e o pai de Aníbal, Amílcar era o responsável pelo Comando Supremo das Forças de Terra e Mar, Roma saiu vitoriosa dessa guerra oque levou Cartago a uma situação muito complicada, devido indenização que teve por pagar.

Aníbal foi induzido a sentir ódio pelos romanos desde criança, e herdou o orgulho por seus antepassados e por sua cidade, com vinte e seis anos foi escolhido para ser o sucessor de seu cunhado e novo comandante das tropas.

Assim, começaria uma péssima fase para Roma e, graças a Aníbal se começaria a Segunda Guerra Púnica e as vitórias dele sobre Roma. A guerra se prolongou por vários anos e Aníbal sempre levando vantagem sobre os inimigos, graças as suas audaciosas estratégias de batalha. Segundo se descreve Aníbal: “possuía ousadia e coragem diante do perigo, mas era com grande sabedoria que tomava suas decisões... esta é a diferença entre liderança e simples bravura”, e dessa forma ele se destacou entre os comandantes de exércitos da época.

Roma percebendo a cada dia sua derrota decidiu tomar novas precauções, para impedir seu fracasso, resolveram formar um ditador por eleição popular e para ele o senado atribuiria à tarefa de reforçar as muralhas das cidades e de organizar defesas, o ditador escolhido foi Quinto Fabio Maximo, e seus planejamentos de ataque e defesa, começou a atingir o exercito cartaginês. Coloca-nos o autor: “Fabio Maximo provaria ser o homem certo na hora certa”.

Com o passar dos anos, devido ao cansaço e perdas sofridas, o ritmo da guerra começou a diminuir por ambos os lados e Aníbal vinha perdendo a cada dia mais o seu exercito e assim em conseqüência as batalhas, Roma estava se recuperando e retomando grande parte dos territórios.

Mas, foi a morte de seu irmão, que o ajudara durante a guerra, que fez com que Aníbal perdesse as esperanças de conquistar Roma. Mesmo o desânimo e a vontade de voltar para Cartago, não fez com que ele desistisse, mas, os romanos já sabiam que ele não oferecia mais ameaça para eles, e assim, começa a derrocar, aquele que foi o maior soldado que o mundo já viu.

Até aqui vimos a história, de um grande general, que conseguiu por em dúvida a potência de combate da grande Roma, mas seu êxito conseguido até então, seria lembrado para sempre.
O fim da Segunda Guerra Púnica, se deu em Zama e mais uma vez Cartago estava em dívida com Roma, já que tinha perdido a Guerra, mas por incrível os romanos não pediram para que Aníbal se entregasse a eles, e sim, que ele se tornasse o Primeiro Magistrado de Cartago, para que ele organizasse as finanças da cidade e pudesse pagar as dividas a Roma.

Mais uma vez, Aníbal se sobressaiu a seus inimigos e conseguiu saldar a divida de Cartago, oque causara mais ódio, pois eles planejavam tomar a cidade se não conseguissem cumprir seus compromissos. Tentando acabar com Aníbal os romanos, alegaram que ele estava ajudando um inimigo de Roma, e dessa forma se iniciou uma caçada por ele, que chegaria ao fim da forma mais inesperada, com o suicídio, para não dar aos romanos o gosto de contar que o haviam capturado.
Assim, chegava o fim da vida de um grande homem que defendeu sua pátria com todas as forças e conseguiu até no fim afrontar seus inimigos e ter seu nome destacado na história da antiguidade.


Titulo do Trecho selecionado: Morte no Exílio

Aníbal tinha sessenta e quatro anos quando cometeu suicídio na Bitínia. Um líder guerreiro derrotado e idoso que finalmente chegara ao fim de suas forças e do desejo de viver. O ano era 183 a.C. e os soldados da inimiga Roma posicionavam-se ao redor de sua casa com intenção de matá-lo ou, de preferência, leva-lo de volta a Itália como figura central de um triunfo romano. Quando isso fosse feito, ele certamente seria morto.

Proscrito de sua própria cidade, Cartago, a qual havia dedicado toda sua vida, Aníbal viera para o distante reino, limitado a norte pelo Mar Negro e a oeste pelo Mar da Mármara, como hospede de seu governante, rei Prúsias. Seria difícil imaginar um lugar mais obscuro e tranqüilo do que a villa campestre na Bitínia para que se afastasse do mundo o homem que sacudira qual furação, o Mediterrâneo desde a África do Norte a Espanha, França, Itália e Grécia. “Agora, nos limites do mundo conhecido – o coração geográfico da escuridão – esse nobre cartaginês, que tem sido descrito como ‘o maior soldado que o mundo já viu”, estava prestes a envenenar-se.

Seus implacáveis inimigos, os romanos, perseguiram-no te o seu remoto isolamento. Enquanto Aníbal estivesse vivo, jamais poderiam descansar. Aníbal, em guerras que se estenderam por mais de dezesseis anos, levara a cidade e o estado de Roma a beira da ruína física, econômica e moral. Ele manchara de sangue os seus imaculados exércitos e, no decorrer de uma tarde - em Canas, na Itália -, havia matado em campo mais homens do que qualquer combate individual já registrado nos anais da história. Afinal, mesmo derrotado, ele sempre escapara de seus perseguidores. Seus exércitos há muito haviam sido desmantelados, mas ele sobrevivera naqueles países do Mediterrâneo Oriental ainda resistente a Roma. Ele prevenira os governantes destes países que, a menos que continuassem a lutar contra Roma, todos, um a um, perderiam a liberdade.

Agora, no fim de sua vida, encontrava-se na aldeia de Libissa, numa tranqüila anseada marítima que banhava a capital da Bitínia, Nicomedia. Aníbal, mesmo sendo hospede de Prúsias, tomava o cuidado de viver fora da cidade, a fim de evitar chamar a atenção sobre si: pois sabia que todo o mundo conhecido o declarara inimigo dos romanos, e que nenhum homem, nenhum rei e nenhum país tinha permissão para lhe dar abrigo. Prúsias, na longínqua Bitínia, ousara faze-lo, pensando que seu país era tão distante de Roma, ou mesmo de sua sempre crescente sombra, que Aníbal poderia permanecer sem ser notado. O rei necessitava dos conselhos desse famoso soldado-estadista na reorganização do seu reino.

A Bitínia de então estava em guerra com Pérgamo, a prospera cidade na Ásia Menor, que se tornara cliente do Estado Romano. As forças de Prúsias foram duramente derrotadas, e ele foi se aconselhar com Aníbal. O experiente general teria sido prudente, por mais difícil que fosse evitando agir como conselheiro de um rei que sustentava combate contra um cliente dos todo-poderosos romanos. Porem havia se comprometido, desde a idade de nove anos, num altar da distante Cartago, a “nunca ser amigo do povo romano”. Aníbal encontrou um meio de mudar o curso da guerra e assegurar a vitória de Bitínia no mar. Isso envolveu um estratagema tão engenhoso que os homens de Pérgamo, ao depararem com ele, foram completamente desmoralizados, interromperam a ofensiva e fugiram. Ocorrera a Aníbal que, nos navios semi-abertos daquela época, onde os remadores ficavam despidos e mesmo os marinheiros usavam roupas muito leves e precárias nada poderia ser mais temível do que a explosão a bordo de bombas de serpentes venenosas. A região campestre da Bitínia foi vasculhada a cata dos répteis; amontoaram-se pilhas de escorregadias cobras dentro de jarras de cerâmicas. Quando as duas frotas se enfrentaram, e as jarras quebradas no convés dos navios adversários, revelaram seu peçonhento conteúdo, houve pânico generalizado – os bitínios haviam assegurado sua vitória.
Roma, como todas as potências imperiais, defendia os estados menores que se colocavam dentro de sua órbita de proteção, e não estava acostumada a ver seus aliados e clientes sendo derrotados. Pouco após esse incidente, os emissários do rei Prúsias foram chamados a Roma para explicarem por que, afinal, estavam em guerra com Pérgamo. O rei havia mantido segredo sobre a presença de Aníbal em seu país, mas um dos emissários não fora tão discreto. O Senado romano imediatamente declarou que esse inimigo deveria entregar-se. Flaminino, eminente general romano que tratava os assuntos do Oriente, soube do paradeiro da Aníbal e determinou que não se permitisse ao cartaginês escapar novamente, como frequentemente o fizera no passado. “Aníbal, deve ser encontrado e capturado ou morto”, nas palavras de Plutarco, “como um pássaro que se tornou velho demais para voar e perdeu as penas de sua cauda”.
Aníbal sabia há muito tempo qual seria seu destino se os romanos viessem a pôr as mãos nele. Com justa causa, a seu ver, guerreara contra eles: por seu infame tratamento a Cartago na conclusão de uma guerra recém começada. Aníbal havia conduzido um exército através da Espanha e da região onde hoje esta a França, cruzando o Rio Ródano, transpondo os Alpes na Época do ano em que ninguém acreditava ser possível, e invadindo a Itália. Por quinze anos fez da Itália seu campo de batalha e seu lar, destruindo exércitos romanos com facilidade quase desdenhosa. Ao ouvir de seus criados que sua casa estava cercada pelos soldados, diz-se ter ele comentado: “É hora da acabar com a ansiedade dos romanos. Está claro que eles não são capazes de esperar pela morte de um velho que lhes tenha causado tanta aflição”.

Sua ironia zombou de seus inimigos até o fim. Quando os romanos invadiram a casa de Aníbal, encontraram o grande adversário morto: mesmo em seu derradeiro fim, ele lhes havia escapado...

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