FLORENZANO, Maria Beatriz O mundo antigo: economia e sociedade. São Paulo: Brasiliense, 1994

Aluno: Adelir de Farias Batista

Resenha:
O período abordado pelo livro é aproximadamente do século X a.C. ao V d.C. A arqueologia desenvolveu um papel fundamental na reconstrução da vida cotidiana, através de escavações e descobertas de objetos e materiais que contribuíram para que possamos ter idéia de como essas pessoas viviam.

A Grécia Clássica desenvolveu-se apartir do século X aproximadamente, durante a época chamada “homérica” (aproximadamente 1100-700). Porém essa periodização trata da cidade Atenas. A “Idade do Bronze” (aproximadamente 2600 a 1200), trata da civilização Micênica que antes de 1950 acreditava-se não ter sido relacionada a história grega, entretanto com a decifração dos tabletes de argila escritos em Linear B (escrita silábica empregada pelos micênicos) provou que a língua falada já era a grego, provando que a civilização micênica foi uma civilização grega.

A destruição de Micenas é conhecida como “Idade das Trevas” pelo fato de uma civilização florescente ter sido substituída por um período de declínio acentuado do nível de vida, causando uma profunda reorganização da estrutura sócio-econômica.

Os poemas de Homero tiveram um papel fundamental nas informações mais importantes sobre a economia e a sociedade, a Odisséia nos fornece indicações a respeito da obtenção de escravos e das obrigações do senhor e da senhoras.

Ao contrário do período homérico, o período arcaico é muito mais abundante a documentação de analise, e sem dúvida a realização mais importante desse período foi a criação da pólis (comunidade autônoma, cidade-Estado).

O declínio das póleis gregas foi um acontecimento que marcou uma grande mudança na vida sócio-econômica devido primeiramente a Guerra do Peloponeso (Atenas contra Esparta), que fez com que Atenas dissolve-se o seu império. O mercenariato surgiu nos governos das póleis, trazendo de volta a tirania.

A história de Roma é parecida com a dos gregos devido a idéia de uma política em favor de homens livres, mas ao contrário da Grécia, Roma seja na República ou no Império o poder sempre permaneceu nas mãos de uma aristocracia (elite dominante). A origem de Roma é baseada em uma lenda de dois irmãos gêmeos, Rômulo e Remo, Rômulo foi o fundador da cidade e nota-se que assim como os gregos, os romanos também procuravam justificar a grandeza de sua pátria através de um passado glorioso.

Segundo o autor, em fins de século VI a realeza etrusca que governava em Roma foi derrubada e conseqüentemente foi fundada a República, o antigo colegiado que tinha o poder de até eleger um rei, assumiu o poder e estabeleceu um governo próprio. O senado era uma instituição política que tinha o maior poder.

A agricultura era a atividade mais intensa de Roma, ponto de partida para os conflitos entre patrícios e plebeus. Os patrícios acredita-se que por chegarem em uma época anterior, tinham se apossado das melhores terras e tinham vantagens políticas. E os plebeus por terem chegado em uma época posterior ficaram com as terras menos férteis, e ficavam a margens das decisões tomadas, isso até o século IV, quando atingiram uma posição de participação política equivalente a dos patrícios.

A principal fonte de escravos para Roma sempre foi a guerra, assim como na Grécia em Roma não existia uma função especifica para os escravos, a diferença de um escravo para um homem livre é que o escravo era privado de sua liberdade. O trabalho nas minas era reservado principalmente aos escravos, sofriam vários castigos por não trabalharem ou tentarem a fuga, dentre esses o que ficou mais famoso nos textos antigos e a arqueologia comprova é o aprisionamento nas ergastula: prisões em forma de gaiola.

A transição da República para o Império deu-se pelo fato de que a República ficou incapaz de administrar todo o território conquistado e o estabelecimento do Império foi a solução política para assegurar a estabilidade do poder e anular conflitos.

O fim do Império romano, é conhecido pelas invasões bárbaras de fins do século IV, e inicio do século V d.C., o que se sabe é que essas invasões bárbaras fizeram dar fim ao “glorioso e imbativel” Império Romano deteriorado pela corrupção e má administração.

O mundo greco-romano influenciou diretamente em nossa vida atual, como por exemplo a democracia grega que esta presente em nossos dias, embora com mudanças, e dos romanos um dos exemplos que podemos afirmar é o sistema de organização militar. Apesar de estarmos evoluídos no tempo em relação a essas sociedades, podemos aprender muito com elas.


Trecho selecionado: Grécia

Sempre que se fala em Grécia Antiga pensa-se imediatamente em cidades-estados (pólis), em democracia; nos grandes filósofos, Sócrates, Platão e Aristóteles; na escultura e arquitetura. A alguns pode ocorrer, ainda, o “século de ouro” ou século de Péricles (V), ou mesmo as tragédias de Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Convém estar atento, contudo, ao fado de que esses lugares-comuns pertencem ao apogeu da civilização grega, o período clássico, e dizem respeito sobretudo a Atenas, uma entre muitas cidades que compunham a Hélade na antigüidade. Esquece-se com freqüência que a democracia, as grandes obras de arte etc. e a plenitude da pólis dependeram de longos séculos de formação, criação e amadurecimento.

Na verdade, o conjunto de traços que se articularam para compor o que conhecemos como a Grécia Clássica começou a se desenvolver a partir do século X aproximadamente, durante a época que se convencionou chamar de “homérica”(aprox. 1100-700). A formação da pólis grega propriamente dita com suas características principais, o desenvolvimento da noção de cidadania, o estabelecimento dos fundamentos econômicos e sociais da civilização grega, datam do período arcaico (aprox. 700-500). O período clássico corresponde ao século V e parte do IV e, finalmente, é na época helenística (336-146) que se verifica o declínio da pólis grega.

É esta a periodização convencional empregada no estudo da história da Grécia Antiga. Entretanto, ainda que essencial ao estudo, como qualquer periodização, ela apresenta alguns problemas que procuramos resumir.

Em primeiro lugar, trata-se de uma periodização que se generaliza a partir da história da cidade cujo desenvolvimento mais conhecemos: Atenas. Com efeito, o grosso da documentação que hoje nos é disponível sobre a Grécia Antiga provém de Atenas, principalmente no que se refere à documentação escrita. Por outro lado, o tipo do estabelecimento populacional na Grécia, sua excessiva fragmentação, ou seja, o fato de não ter existido uma unidade política entre as diversas cidades que compunham a Hélade, tornou impossível uma sistematização que correspondesse estritamente ao seu desenvolvimento geral. Isto quer dizer que a cidade possuía um ritmo próprio de desenvolvimento: Esparta, por exemplo, manteve em pleno século V formas políticas e sociais consideradas “arcaicas” pelos historiadores. Outras regiões, como Tessália e a Macedônia, não chegaram a possuir póleis na acepção completa do termo.

A Segunda questão que se coloca quanto à periodização diz respeito à civilização Micênica, que se desenvolveu na Grécia na “Idade do Bronze”(aprox. 2600 a 1200). Por muito tempo acreditou-se que esta civilização não estava relacionada à história grega. Entretanto, na década de 1950, a decifração dos tabletes de argila escritos em Linear B (escrita silábica empregada pelos micênicos) provou que a língua que se falava então era o grego. Neste caso, a civilização micênica foi uma civilização grega e como tal deveria figurar como um período a mais dentro da cronologia. Entretanto, o conteúdo dos tabletes decifrados, aliado às informações arqueológicas provenientes dos centros micênicos, demonstram que estes possuíam traços sócio-políticos característicos do mundo oriental, não sendo possível, assim, estabelecer uma continuidade com a Grécia de tempos posteriores. No mundo micênicos, apesar de todo o desenvolvimento material, não existiram cidades, mas pequenos Estados que contavam com uma centralização econômica e política bastante acentuada. A produção e a distribuição dos gêneros dependiam em cada comunidade de um controle burocrático-- daí os tabletes Linear B-- desconhecidos na Grécia mais recente. Aproximadamente entre 1200-1100, os dórios invadiram a Península Balcânica e destruíram esta civilização. Mas, ainda que se tenha seguido um período de desordem, acompanhado por uma generalizada diminuição das condições materiais de vida, nem tudo da civilização micênica foi destruído. Como se viu, a própria língua sobreviveu. Mesmo assim, os fundamentos da civilização grega, daquela que amadureceu no século V, só foram estabelecidos após a queda do mundo micênico. Em virtude disto, e ao fato de não dispormos de espaço, não trataremos aqui da Idade do Bronze grega.

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