
Graças à geografia do Egito, a seu ritmo de vida dominado pelo Nilo, a sua escrita, enfim, pudemos nos aproximar da alma egípcia. Os parágrafos que seguem permitirão situá-la melhor e perceber seus primeiros contornos. A alma egípcia não pode ser compreendida e apreendida com diligências do espírito muito racionais; ela tem que ser sentida, adivinhada. Ele é muito estranha a nossa mentalidade. É preciso, para conhecê-la, deixar falar nossa intuição e, sobretudo, escutar a mensagem que nos envia através dos milênios. Por isto, nos capítulos que virão, daremos, com mais freqüência, a palavra aos próprios Egípcios, por meio dos inúmeros textos que nos foram legados.
O calendário
O ano egípcio era dividido em 365 dias e em 12 meses de 30 dias, além de cinco dias adicionais no fim do ano. As três estações de quatro meses eram, como vimos: a inundação (akhit), a "saída" da inundação (périt), a colheita (chemou). Os meses somente receberam nomes na Época Recente: até então, indicava-se apenas sua numeração. Uma data era dada assim: "Ano nove (do reinado) de Ramsés II, terceiro mês, dia 10."
Também dissemos que o início do ano era determinado pelo dia do nascimento helíaco da estrela Sothis (Sôpdit), que chamamos de Sírius, nascimento que devia coincidir com o primeiro dia da inundação em Mênfis.
Infelizmente, os ciclos de Sírius, como os do Sol, são de cerca de 365 dias e um quarto, e como os Egípcios não tinham anos bissextos, as datas da inundação e do nascimen- to de Sírius tinham uma defasagem de um dia cada quatro anos. Mil quatrocentos e sessenta e um anos depois, a coincidência ocorria de novo, com um ano de defasagem. Este longo ciclo chama-se "período sotíaco". Os Egípcios, com certeza, notaram esta defasagem que trazia o verão no meio do inverno e parece que eles remediaram na Época Recente. Na maioria do tempo, havia, portanto, dois calendários, se assim se pode dizer: um oficial em defasagem perpétua com o outro que servia para a vida real.
Sabemos com certeza que o nascimento de Sôpdit coincidiu exatamente com o primeiro dia do calendário oficial egípcio, em 139 antes de nossa era. Então, por um simples cálculo, pode-se ver que ocorreu a mesma coincidência em 1322, em 2783 e em 4244. A questão que se apresenta então é saber em qual destas duas últimas datas o calendário foi inventado. É bem tentadora a data de 4244, mas estamos em pleno neolítico no vale do Nilo e a explicação que faria do calendário a contribuição de uma civilização estrangeira cai por si mesma, pois a observação do nascimento de Sírius ocorre no Egito.
Resta 2783, que cai no início do Império Antigo, data que parece ser confirmada pelas inscrições das Pirâmides. A quem se deve esta descoberta do calendário? A questão permanece ainda sem resposta.
A anotação da posição de Sôpdit no calendário egípcio devia se fazer regularmente; apenas algumas observações chegaram até nós, permitindo, felizmente, fixar com exatidão reinados como os de Tutmés III e Amenófis I, da XVIII dinastia, e o de Sanusrit, da XII dinastia.
Fontes e pontos de referência de uma História.
Fontes e pontos de referência de uma História
Todas essas considerações permitem-nos, hoje que as datas da história egípcia foram confrontadas com as dos países vizinhos, terminar com as discussões de dinastias que dividiram durante muito tempo, os egiptólogos sobre a duração da história egípcia. Hoje, estão todos mais ou menos de acordo.
Até a descoberta da chave dos hieróglifos, por Champollion, a história egípcia nos era conhecida apenas através dos autores gregos e latinos, assim como pela Bíblia. Esse conhecimento era reduzido, muito parcial e muitas vezes falso. A sucessão dos reis nos vem da lista composta pelo escriba Manéthon, que dividiu a história egípcia em 30 dinastias, do Rei Menés a Alexandre, o Grande. Essa lista foi, depois, parcialmente confirmada pelo papiro de Turim (infelizmente em mau estado) e por listas dinásticas restauradas sobre os monumentos.
A partir de Champollion, a civilização egípcia não é mais muda, pois temos a imensa riqueza dos hieróglifos ou dos papiros escritos em letras cursivas (hierática) derivadas dos hieróglifos. Esses dados históricos foram confirmados com êxito, recentemente, pela decifração de textos escritos em caracteres cuneiformes.
A história do Egito está dividida, classicamente, em um determinado número de períodos.
O período tinita, ou Império menfita (3000-2780) que compreende as duas primeiras dinastias. O Antigo Império (2780 a 2400) vai da III à VI dinastia. Segue-se, então, o primeiro período intermediário, bastante obscuro, que vai do fim da VI dinastia ao início da XI (2400-2065). O Médio Império ou primeiro Império tebano (2065-1785) compreende o fim da XI dinastia e a XII. Segue um segundo período intermediário (1785-1580), da XIII à XVII dinastia. Depois, o Novo Império ou segundo Império tebano (1580-1200) compreende as XVII e XIX dinastias. A Decadência, enfim, encerra a história do Egito antigo (1200- 333) e compreende as 10 últimas dinastias; é às vezes subdividida em terceiro período intermediário até a XXIV dinastia e em Baixa Época em seguida.
O faraó faz a História
O “Rei de direito divino" é fraca expressão para designar o faraó. Desde o Antigo Império, ele é Deus, ele é Hórus. Pouco a pouco, esta noção evoluiu, o rei não será mais que "o representante de Hórus", depois o "filho de Rá", mas permanecerá sempre ligada a ele a qualidade divina. Voltaremos a este assunto na parte desta obra consagrada à religião do Egito, onde veremos que todo culto exercido lá o é em nome e no lugar do rei.
Todavia, é assaz impropriamente que empregamos a palavra faraó para designar o rei do Egito: este nome não aparece, com efeito, senão posteriormente na história egípcia. Foram os Gregos que criaram o termo faraó a partir do egípcio Per-aâ que quer dizer "A casa grande", isto é, o palácio.
V. S. F., iniciais de Vida, Saúde, Forca eram comumente empregadas para designar rei. Sob o reino de Akhénaton, o rei herético do Novo Império, vê-se pela primeira vez as três palavras unidas à de faraó: U Per-aâ, Ankh, Oudja, Senb, Neb", o que quer dizer: "Faraó, Vida, Saúde, Força, o Senhor".
"Eu sou vosso filho", exclama Ramsés III, "produzido por vossos dois braços. Vida, Saúde/ Força de toda a terra. Criastes para mim a perfeição sobre a terra. Eu exerço minha função em paz."
Mas as palavras mais empregadas nos textos são as de "Majestade" (hem), das quais tem os freqüentes exemplos nesta obra. O rei diz, falando de si: Minha Majestade (hemy) ou Sua Majestade (hemef).
Toda a história oficial do Egito gira em torno do faraó que literalmente "faz a história". É ele que presta aos deuses egípcios o culto que lhes é devido, que constrói palácios, templos e túmulos, que conduz as expedições guerreiras e ganha para si só as batalhas.
O rei é o "senhor do universo". Divino é seu nascimento, majestoso seu advento, esplêndido seu jubileu, sublime sua morte. Promoções, nomeações, punições, só ocorrem no Egito sob sua autoridade.
"Transformado, sob todos os pontos de vista numa pessoa divina", escreve Will Durant em sua Histoire de la Civilisation (Rencontre, 1966), "o faraó era rodeado de uma multidão de servidores e de colaboradores de toda espécie: generais, lavadores, guardas do guarda-roupa imperial e outros altos dignitários. Vinte pessoas se ocupavam de sua toalete. Barbeiros que não faziam outra coisa senão barbeá-Io e cortar-lhe os cabelos, cabeleireiros que lhe arranjavam o capuz e o diadema, manicuras que cortavam e poliam suas unhas, perfumistas que ungiam seu corpo, enegreciam suas sobrancelhas com kohl, pintavam de vermelho suas faces e lábios. Uma inscrição colocada sobre um túmulo qualifica o ocupante de "Mestre de Atelier de maquilagem, Mestre do Pincel de maquilagem, Portador de Sandálias do Rei, ocupando-se delas, segundo as regras".
O rei é excelente na caça como na guerra, mas também gosta de assistir aos espetáculos de danças e de cantos, onde belas jovens se exibem seminuas.
“Aquele que o rei ama", pode-se ler, “será um imakhou (subsidiado dotado de um túmulo); para quem é hostil a Sua Majestade, seu cadáver é lançado à água."
A Corte e o Estado, reduzidos no Antigo Império, iam pouco a pouco adquirir importância, para atingir seu ponto culminante no Novo Império, na capital Tebas, onde a riqueza e o requinte dos costumes criaram uma atmosfera elegante e cortês.
Se, na Corte, os homens não usam, muitas vezes, senão tanga ou um vestido de linho, as mulheres têm, para as festas e as cerimônias, a arte de usar esplêndidos vestidos de transparência estudada. Esses vestidos se prendem sob o seio esquerdo e deixam livre o direito.
As belas usam sob suas magníficas perucas um cone de pomada perfumada da qual os homens se dignam fazer uso. Maquilagem estudada e jóias completam a toalete feminina. A elegância das Egípcias nada deixa a desejar às mulheres de hoje, das quais 4.000 anos as separam.
O Estado se complicará com o tempo. O rei nomeia um vizir, outros ministros, intendentes, governadores de províncias, no Egito ou nas suas possessões asiáticas. Uma multidão de escribas anota sobre papiros o menor saco de trigo que entra ou que sai dos celeiros reais. Um texto do Novo Império nos remete recomendações feitas ao faraó no momento da posse de um novo vizir:
“Vigia os escritórios do vizir; sê atento a tudo que aí se passa. Toma cuidado para que eles sejam a armadura de todo o país... O cargo de vizir não é uma coisa suave e sim amarga ... Imagina que ele não tem por única missão respeitar os príncipes e os conselheiros; que não deve escravizar as populações... Quando um peticionário chega do Alto ou Baixo Egito... toma cuidado para que tudo se passe conforme a lei, que o costume seja observado e que o direito de cada um seja respeitado ... É uma abominação demonstrar parcialidade ... Olha aquele que conheces da mesma maneira que o que não conheces e o que está próximo do rei do mesmo modo que o que está longe. Pensa bem que o príncipe que se comporta assim permanecerá longamente em seu cargo."
Sorte e desdita do faraó
O camponês constitui a base da população do Egito. O povo não é infeliz nem oprimido, exceto nos períodos de perturbação e de anarquia, dos quais é a primeira vítima. Basear-se nas condições de vida dos agricultores egípcios nas épocas de decadência seria dar uma idéia inexata da sociedade egípcia. Heródoto, que visitou o Egito no século V antes de nossa era, surpreendeu-se diante da facilidade com a qual os agricultores tiravam seu sustento do solo.
"Eles recolhem os frutos do solo com menos esforço que qualquer outro povo ... pois não têm o trabalho de lavrar a terra com o arado ou enxada; estão livres mesmo dos trabalhos que os outros homens devem se impor para obter uma colheita de trigo; pois quando o rio enche, espontaneamente irrigando seus campos, e depois se retira, cada um semeia em sua terra fazendo, depois, passear seu porco sobre os sulcos -a fim de esconder a semente; feito isto, só precisa esperar o momento da colheita."
Campos de cevada (eiôt) e de trigo com amido (bôte) se sucedem dos pântanos do deIta às fronteiras núbias. Além do "método do porco", descrito por Heródoto, os Egípcios utilizam para a lavoura e a semeadura um arado a relha de madeira ou de ferro ou ainda uma enxada rudimentar em madeira, composta de um cabo bastante longo e de um gume de madeira preso à extremidade do cabo e mantido por uma corda trançada, como se pode ver sobre o hieróglifo do som mr.
Uma vez semeado o campo, o arado é puxado por duas vacas ou, na falta destas, pela mulher e os filhos.
Os agricultores cultivam geralmente os campos de um grande proprietário, de um nobre ou de um templo. Pagam as rendas em produtos naturais: sacos de trigo, linho, carne...
"Belos dias!" exclama o lavrador. "Temos despesas, a atrelagem paga. O céu faz o que nós queremos. Trabalharemos para o príncipe."
A colheita se efetua com uma foicezinha de cabo curto e de lâmina bastante larga que termina em ponta. As espigas transportadas em cestos, pelos homens ou pelos burros, são depositadas sobre a eira onde os bois pisam enquanto os homens remexem as espigas.
"Pisem para vocês", grita o vaqueiro a seus bois, "pisem, pisem para vocês. A palha é seu alimento. Os grãos são seus senhores. Não parem! Está tão fresco! "
Entretanto os escribas não têm, absolutamente, a mesma visão da vida no campo. Um deles descreve seu pavor diante de uma condição camponesa que parece bem excepcional, na célebre Satire des Métiers, composta no Médio Império:
"Esqueceste a situação do lavrador depois que tomaram o dízimo de sua colheita? Os vermes destruíram a metade de seu trigo e os hipopótamos comeram o resto. Seus campos são infestados de legiões de ratos, devastados pelos gafanhotos, gado e passarinhos. Se o agricultor deixa um instante de vigiar sua colheita, ela é pilhada pelos ladrões. Mas isto não é tudo; eis que é necessário substituir as correias que ligam o ferro da enxada ao cabo e que estão fora de uso, eis que o boi está morto no arado... "
Cultura e criações variadas
"Pão-cerveja" significava alimentação para os Egípcios. Bebida nacional, a cerveja confeccionada à base de cevada e de tâmaras, era consumida um pouco, por toda parte e em todas as circunstâncias: no campo, no barco, nos cabarés e em casa.
O vinho era mais localizado, a cultura vinha se efetuando, em grande parte, na região oriental do delta, mas também nos jardins privados (para a degustação de uvas).
As vindimas se operam simplesmente. Os cachos destacados à mão são colocados em cestos baixos, que são conduzidos diretamente à cuba, bem perto dos pequenos domínios ou, depois de um trajeto em barco, ao celeiro dos grandes domínios. As cubas não eram de madeira, pois os Egípcios não sabiam construir tonéis. Os camponeses pisam com animação a uva das cubas de pedra com fundo inclinado. O suco assim obtido é transvasado em grandes jarras de fundo chato onde fermentará.
Um dia o senhor vem fiscalizar as vindimas; os operários exclamam:
"Vem, senhor nosso, verás tuas vinhas nas quais teu coração se compraz, enquanto os vinhateiros, diante de ti, pisam a uva, que é abundante sobre as cepas. Há nela muito suco, mais que nos outros anos. Bebe, embriaga-te fazendo o que te agrada. As coisas te acontecerão segundo teu coração. A senhora de Imit aumentou tuas vinhas porque deseja tua felicidade."
O trabalho do camponês compreendia ainda a cultura do linho, frutos e legumes. O linho era arrancado quando estava ainda em flor. As espécies animais criadas foram numerosas no Antigo Império, quando tentaram domesticar gazelas, cervos, oryx, búfalos, addax, cabritos monteses... Mas rapidamente se percebe que essas espécies não constituíam o melhor negócio e se contentaram com bois, burros, cabras, carneiros, gansos e patos. O cavalo só será domesticado no Novo Império, depois de sua introdução maciça pelos Hicsos. Galos e galinhas não eram conhecidos no Egito, nessa época.
O estábulo de bois se encontra perto da casa do senhor, que aí aloja seus criados por medo dos ladrões.
"Uma excelente precaução contra o roubo", escreve Pierre Montet, "era marcar o gado. Isso se fazia sobretudo no domínio de Amon e dos grandes deuses, como também no domínio real. Vacas e bezerros são agrupados em determinado lugar, na campina, onde são laçados, cada um por sua vez e suas patas amarradas. Derrubam cada animal como se fossem abatê-Io. Os operadores aquecem o ferro e o imprimem sobre a espádua direita. Os escribas, é claro, estão presentes com todo seu aparato e os pastores beijam respeitosamente a terra diante desses representantes do poder."
Os escribas dirigem o país
A profissão de escriba é considerada uma das melhores no Egito... sobretudo pelos membros de sua corporação, ciumentos de seus privilégios e freqüentemente imbuídos de sua função. Um poema cita, em depoimento, os nomes de grandes escribas, muito conhecidos na história literária do Egito.
"Ser escriba, põe isso em teu coração ...
Um livro é mais útil que uma casa construída, que túmulos no Ocidente. É mais belo que um castelo edificado, que uma estrela num templo.
Há, aqui, alguém que valha Djedefhor? Há, aqui, alguém que valha Imhotep? Não há, em nosso tempo, um homem como Nefri e Akhti, que é o maior. Digo-te o nome de Path-Djehouti e de Khakheperrêsenb... Existe um homem que valha Ptahhotep ou ainda Kaires?"
Djedefhor foi um dos filhos de Quéops, construtor da Grande Pirâmide; Imhotep é o conselheiro e arquiteto do Rei Zoser (de quem falaremos depois); Ptahhotep, cujas máximas chegaram até nós completas, viveu no reino de Djedkarê, último rei da V dinastia.
Os escribas aprendiam sua profissão na escola, durante longos anos. Era necessário saber ler, transcrever os hieróglifos, fazer anotações ditadas, copiar os textos antigos. Uma proteção divina lhes era assegurada durante essa aprendizagem, a de Thot, deus dos escribas.
O material constava essencialmente de uma paleta sobre a qual eram cavados dois recipientes para pintura negra e vermelha e um entalhe comprido para conter os pincéis, simples talos de madeira, muitas vezes mastigados numa extremidade. Os estudantes escreviam inicialmente sobre lascas de calcário cacos de barro {ostraca} ou ainda sobre tábuas untadas de estuque. Depois passavam a se exercitar sobre os papiros, raros e dispendiosos.
Esse ensino não começava sozinho. O bastão do mestre era ainda o melhor instrumento para forjar as jovens mentes egípcias, sempre inclinadas, como as das cri ancas de todos os países e de todos os tempos, 'ao barulho, à tagarelice e à preguiça.
"Escreve", não deixa de repetir o escriba Amemmosé, “discute com os que sabem mais que tu... Para seres forte é preciso exercitar-te cada dia ... Se tens um só dia de negligência, serás vencido. Ele só escuta aquele que o vence. Deixa teu coração escutar minhas palavras. Aproveitarás com isso. Aos macacos ensina-se a dançar. Adestram-se os cavalos. Agarra-se o milhafre no ninho. Faz-se voar o falcão. Não esqueças que se progride discutindo. Não negligencies as escrituras. Escuta, com o coração, minhas palavras e achá-las-ás proveitosas."
Sábias palavras, que fizeram da classe egípcia dos escribas (e dos sacerdotes, como veremos) a mais erudita da Antiguidade e Isto, convém ressaltar, há mais de 5.000 anos.
Depois de sua aprendizagem, se o aluno não andar de “cabaré em cabaré” com o odor da cerveja acompanhando cada um de seus passos", tornar-se-á um personagem importante e seu trabalho será “a primeira das profissões".
“É o escriba quem impõe e cobra as taxas no Alto e no Baixo Egito; é ele quem faz as contas para tudo. Todos os exércitos dependem dele. É quem conduz os magistrados ao encontro do faraó e determina a passagem para cada homem. Enfim, é ele quem comanda o país inteiro; todo negócio está sob seu controle", dizem os papiros.
BRISSAUD, J. O Egito dos Faraós. Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1979.
O calendário
O ano egípcio era dividido em 365 dias e em 12 meses de 30 dias, além de cinco dias adicionais no fim do ano. As três estações de quatro meses eram, como vimos: a inundação (akhit), a "saída" da inundação (périt), a colheita (chemou). Os meses somente receberam nomes na Época Recente: até então, indicava-se apenas sua numeração. Uma data era dada assim: "Ano nove (do reinado) de Ramsés II, terceiro mês, dia 10."
Também dissemos que o início do ano era determinado pelo dia do nascimento helíaco da estrela Sothis (Sôpdit), que chamamos de Sírius, nascimento que devia coincidir com o primeiro dia da inundação em Mênfis.
Infelizmente, os ciclos de Sírius, como os do Sol, são de cerca de 365 dias e um quarto, e como os Egípcios não tinham anos bissextos, as datas da inundação e do nascimen- to de Sírius tinham uma defasagem de um dia cada quatro anos. Mil quatrocentos e sessenta e um anos depois, a coincidência ocorria de novo, com um ano de defasagem. Este longo ciclo chama-se "período sotíaco". Os Egípcios, com certeza, notaram esta defasagem que trazia o verão no meio do inverno e parece que eles remediaram na Época Recente. Na maioria do tempo, havia, portanto, dois calendários, se assim se pode dizer: um oficial em defasagem perpétua com o outro que servia para a vida real.
Sabemos com certeza que o nascimento de Sôpdit coincidiu exatamente com o primeiro dia do calendário oficial egípcio, em 139 antes de nossa era. Então, por um simples cálculo, pode-se ver que ocorreu a mesma coincidência em 1322, em 2783 e em 4244. A questão que se apresenta então é saber em qual destas duas últimas datas o calendário foi inventado. É bem tentadora a data de 4244, mas estamos em pleno neolítico no vale do Nilo e a explicação que faria do calendário a contribuição de uma civilização estrangeira cai por si mesma, pois a observação do nascimento de Sírius ocorre no Egito.
Resta 2783, que cai no início do Império Antigo, data que parece ser confirmada pelas inscrições das Pirâmides. A quem se deve esta descoberta do calendário? A questão permanece ainda sem resposta.
A anotação da posição de Sôpdit no calendário egípcio devia se fazer regularmente; apenas algumas observações chegaram até nós, permitindo, felizmente, fixar com exatidão reinados como os de Tutmés III e Amenófis I, da XVIII dinastia, e o de Sanusrit, da XII dinastia.
Fontes e pontos de referência de uma História.
Fontes e pontos de referência de uma História
Todas essas considerações permitem-nos, hoje que as datas da história egípcia foram confrontadas com as dos países vizinhos, terminar com as discussões de dinastias que dividiram durante muito tempo, os egiptólogos sobre a duração da história egípcia. Hoje, estão todos mais ou menos de acordo.
Até a descoberta da chave dos hieróglifos, por Champollion, a história egípcia nos era conhecida apenas através dos autores gregos e latinos, assim como pela Bíblia. Esse conhecimento era reduzido, muito parcial e muitas vezes falso. A sucessão dos reis nos vem da lista composta pelo escriba Manéthon, que dividiu a história egípcia em 30 dinastias, do Rei Menés a Alexandre, o Grande. Essa lista foi, depois, parcialmente confirmada pelo papiro de Turim (infelizmente em mau estado) e por listas dinásticas restauradas sobre os monumentos.
A partir de Champollion, a civilização egípcia não é mais muda, pois temos a imensa riqueza dos hieróglifos ou dos papiros escritos em letras cursivas (hierática) derivadas dos hieróglifos. Esses dados históricos foram confirmados com êxito, recentemente, pela decifração de textos escritos em caracteres cuneiformes.
A história do Egito está dividida, classicamente, em um determinado número de períodos.
O período tinita, ou Império menfita (3000-2780) que compreende as duas primeiras dinastias. O Antigo Império (2780 a 2400) vai da III à VI dinastia. Segue-se, então, o primeiro período intermediário, bastante obscuro, que vai do fim da VI dinastia ao início da XI (2400-2065). O Médio Império ou primeiro Império tebano (2065-1785) compreende o fim da XI dinastia e a XII. Segue um segundo período intermediário (1785-1580), da XIII à XVII dinastia. Depois, o Novo Império ou segundo Império tebano (1580-1200) compreende as XVII e XIX dinastias. A Decadência, enfim, encerra a história do Egito antigo (1200- 333) e compreende as 10 últimas dinastias; é às vezes subdividida em terceiro período intermediário até a XXIV dinastia e em Baixa Época em seguida.
O faraó faz a História
O “Rei de direito divino" é fraca expressão para designar o faraó. Desde o Antigo Império, ele é Deus, ele é Hórus. Pouco a pouco, esta noção evoluiu, o rei não será mais que "o representante de Hórus", depois o "filho de Rá", mas permanecerá sempre ligada a ele a qualidade divina. Voltaremos a este assunto na parte desta obra consagrada à religião do Egito, onde veremos que todo culto exercido lá o é em nome e no lugar do rei.
Todavia, é assaz impropriamente que empregamos a palavra faraó para designar o rei do Egito: este nome não aparece, com efeito, senão posteriormente na história egípcia. Foram os Gregos que criaram o termo faraó a partir do egípcio Per-aâ que quer dizer "A casa grande", isto é, o palácio.
V. S. F., iniciais de Vida, Saúde, Forca eram comumente empregadas para designar rei. Sob o reino de Akhénaton, o rei herético do Novo Império, vê-se pela primeira vez as três palavras unidas à de faraó: U Per-aâ, Ankh, Oudja, Senb, Neb", o que quer dizer: "Faraó, Vida, Saúde, Força, o Senhor".
"Eu sou vosso filho", exclama Ramsés III, "produzido por vossos dois braços. Vida, Saúde/ Força de toda a terra. Criastes para mim a perfeição sobre a terra. Eu exerço minha função em paz."
Mas as palavras mais empregadas nos textos são as de "Majestade" (hem), das quais tem os freqüentes exemplos nesta obra. O rei diz, falando de si: Minha Majestade (hemy) ou Sua Majestade (hemef).
Toda a história oficial do Egito gira em torno do faraó que literalmente "faz a história". É ele que presta aos deuses egípcios o culto que lhes é devido, que constrói palácios, templos e túmulos, que conduz as expedições guerreiras e ganha para si só as batalhas.
O rei é o "senhor do universo". Divino é seu nascimento, majestoso seu advento, esplêndido seu jubileu, sublime sua morte. Promoções, nomeações, punições, só ocorrem no Egito sob sua autoridade.
"Transformado, sob todos os pontos de vista numa pessoa divina", escreve Will Durant em sua Histoire de la Civilisation (Rencontre, 1966), "o faraó era rodeado de uma multidão de servidores e de colaboradores de toda espécie: generais, lavadores, guardas do guarda-roupa imperial e outros altos dignitários. Vinte pessoas se ocupavam de sua toalete. Barbeiros que não faziam outra coisa senão barbeá-Io e cortar-lhe os cabelos, cabeleireiros que lhe arranjavam o capuz e o diadema, manicuras que cortavam e poliam suas unhas, perfumistas que ungiam seu corpo, enegreciam suas sobrancelhas com kohl, pintavam de vermelho suas faces e lábios. Uma inscrição colocada sobre um túmulo qualifica o ocupante de "Mestre de Atelier de maquilagem, Mestre do Pincel de maquilagem, Portador de Sandálias do Rei, ocupando-se delas, segundo as regras".
O rei é excelente na caça como na guerra, mas também gosta de assistir aos espetáculos de danças e de cantos, onde belas jovens se exibem seminuas.
“Aquele que o rei ama", pode-se ler, “será um imakhou (subsidiado dotado de um túmulo); para quem é hostil a Sua Majestade, seu cadáver é lançado à água."
A Corte e o Estado, reduzidos no Antigo Império, iam pouco a pouco adquirir importância, para atingir seu ponto culminante no Novo Império, na capital Tebas, onde a riqueza e o requinte dos costumes criaram uma atmosfera elegante e cortês.
Se, na Corte, os homens não usam, muitas vezes, senão tanga ou um vestido de linho, as mulheres têm, para as festas e as cerimônias, a arte de usar esplêndidos vestidos de transparência estudada. Esses vestidos se prendem sob o seio esquerdo e deixam livre o direito.
As belas usam sob suas magníficas perucas um cone de pomada perfumada da qual os homens se dignam fazer uso. Maquilagem estudada e jóias completam a toalete feminina. A elegância das Egípcias nada deixa a desejar às mulheres de hoje, das quais 4.000 anos as separam.
O Estado se complicará com o tempo. O rei nomeia um vizir, outros ministros, intendentes, governadores de províncias, no Egito ou nas suas possessões asiáticas. Uma multidão de escribas anota sobre papiros o menor saco de trigo que entra ou que sai dos celeiros reais. Um texto do Novo Império nos remete recomendações feitas ao faraó no momento da posse de um novo vizir:
“Vigia os escritórios do vizir; sê atento a tudo que aí se passa. Toma cuidado para que eles sejam a armadura de todo o país... O cargo de vizir não é uma coisa suave e sim amarga ... Imagina que ele não tem por única missão respeitar os príncipes e os conselheiros; que não deve escravizar as populações... Quando um peticionário chega do Alto ou Baixo Egito... toma cuidado para que tudo se passe conforme a lei, que o costume seja observado e que o direito de cada um seja respeitado ... É uma abominação demonstrar parcialidade ... Olha aquele que conheces da mesma maneira que o que não conheces e o que está próximo do rei do mesmo modo que o que está longe. Pensa bem que o príncipe que se comporta assim permanecerá longamente em seu cargo."
Sorte e desdita do faraó
O camponês constitui a base da população do Egito. O povo não é infeliz nem oprimido, exceto nos períodos de perturbação e de anarquia, dos quais é a primeira vítima. Basear-se nas condições de vida dos agricultores egípcios nas épocas de decadência seria dar uma idéia inexata da sociedade egípcia. Heródoto, que visitou o Egito no século V antes de nossa era, surpreendeu-se diante da facilidade com a qual os agricultores tiravam seu sustento do solo.
"Eles recolhem os frutos do solo com menos esforço que qualquer outro povo ... pois não têm o trabalho de lavrar a terra com o arado ou enxada; estão livres mesmo dos trabalhos que os outros homens devem se impor para obter uma colheita de trigo; pois quando o rio enche, espontaneamente irrigando seus campos, e depois se retira, cada um semeia em sua terra fazendo, depois, passear seu porco sobre os sulcos -a fim de esconder a semente; feito isto, só precisa esperar o momento da colheita."
Campos de cevada (eiôt) e de trigo com amido (bôte) se sucedem dos pântanos do deIta às fronteiras núbias. Além do "método do porco", descrito por Heródoto, os Egípcios utilizam para a lavoura e a semeadura um arado a relha de madeira ou de ferro ou ainda uma enxada rudimentar em madeira, composta de um cabo bastante longo e de um gume de madeira preso à extremidade do cabo e mantido por uma corda trançada, como se pode ver sobre o hieróglifo do som mr.
Uma vez semeado o campo, o arado é puxado por duas vacas ou, na falta destas, pela mulher e os filhos.
Os agricultores cultivam geralmente os campos de um grande proprietário, de um nobre ou de um templo. Pagam as rendas em produtos naturais: sacos de trigo, linho, carne...
"Belos dias!" exclama o lavrador. "Temos despesas, a atrelagem paga. O céu faz o que nós queremos. Trabalharemos para o príncipe."
A colheita se efetua com uma foicezinha de cabo curto e de lâmina bastante larga que termina em ponta. As espigas transportadas em cestos, pelos homens ou pelos burros, são depositadas sobre a eira onde os bois pisam enquanto os homens remexem as espigas.
"Pisem para vocês", grita o vaqueiro a seus bois, "pisem, pisem para vocês. A palha é seu alimento. Os grãos são seus senhores. Não parem! Está tão fresco! "
Entretanto os escribas não têm, absolutamente, a mesma visão da vida no campo. Um deles descreve seu pavor diante de uma condição camponesa que parece bem excepcional, na célebre Satire des Métiers, composta no Médio Império:
"Esqueceste a situação do lavrador depois que tomaram o dízimo de sua colheita? Os vermes destruíram a metade de seu trigo e os hipopótamos comeram o resto. Seus campos são infestados de legiões de ratos, devastados pelos gafanhotos, gado e passarinhos. Se o agricultor deixa um instante de vigiar sua colheita, ela é pilhada pelos ladrões. Mas isto não é tudo; eis que é necessário substituir as correias que ligam o ferro da enxada ao cabo e que estão fora de uso, eis que o boi está morto no arado... "
Cultura e criações variadas
"Pão-cerveja" significava alimentação para os Egípcios. Bebida nacional, a cerveja confeccionada à base de cevada e de tâmaras, era consumida um pouco, por toda parte e em todas as circunstâncias: no campo, no barco, nos cabarés e em casa.
O vinho era mais localizado, a cultura vinha se efetuando, em grande parte, na região oriental do delta, mas também nos jardins privados (para a degustação de uvas).
As vindimas se operam simplesmente. Os cachos destacados à mão são colocados em cestos baixos, que são conduzidos diretamente à cuba, bem perto dos pequenos domínios ou, depois de um trajeto em barco, ao celeiro dos grandes domínios. As cubas não eram de madeira, pois os Egípcios não sabiam construir tonéis. Os camponeses pisam com animação a uva das cubas de pedra com fundo inclinado. O suco assim obtido é transvasado em grandes jarras de fundo chato onde fermentará.
Um dia o senhor vem fiscalizar as vindimas; os operários exclamam:
"Vem, senhor nosso, verás tuas vinhas nas quais teu coração se compraz, enquanto os vinhateiros, diante de ti, pisam a uva, que é abundante sobre as cepas. Há nela muito suco, mais que nos outros anos. Bebe, embriaga-te fazendo o que te agrada. As coisas te acontecerão segundo teu coração. A senhora de Imit aumentou tuas vinhas porque deseja tua felicidade."
O trabalho do camponês compreendia ainda a cultura do linho, frutos e legumes. O linho era arrancado quando estava ainda em flor. As espécies animais criadas foram numerosas no Antigo Império, quando tentaram domesticar gazelas, cervos, oryx, búfalos, addax, cabritos monteses... Mas rapidamente se percebe que essas espécies não constituíam o melhor negócio e se contentaram com bois, burros, cabras, carneiros, gansos e patos. O cavalo só será domesticado no Novo Império, depois de sua introdução maciça pelos Hicsos. Galos e galinhas não eram conhecidos no Egito, nessa época.
O estábulo de bois se encontra perto da casa do senhor, que aí aloja seus criados por medo dos ladrões.
"Uma excelente precaução contra o roubo", escreve Pierre Montet, "era marcar o gado. Isso se fazia sobretudo no domínio de Amon e dos grandes deuses, como também no domínio real. Vacas e bezerros são agrupados em determinado lugar, na campina, onde são laçados, cada um por sua vez e suas patas amarradas. Derrubam cada animal como se fossem abatê-Io. Os operadores aquecem o ferro e o imprimem sobre a espádua direita. Os escribas, é claro, estão presentes com todo seu aparato e os pastores beijam respeitosamente a terra diante desses representantes do poder."
Os escribas dirigem o país
A profissão de escriba é considerada uma das melhores no Egito... sobretudo pelos membros de sua corporação, ciumentos de seus privilégios e freqüentemente imbuídos de sua função. Um poema cita, em depoimento, os nomes de grandes escribas, muito conhecidos na história literária do Egito.
"Ser escriba, põe isso em teu coração ...
Um livro é mais útil que uma casa construída, que túmulos no Ocidente. É mais belo que um castelo edificado, que uma estrela num templo.
Há, aqui, alguém que valha Djedefhor? Há, aqui, alguém que valha Imhotep? Não há, em nosso tempo, um homem como Nefri e Akhti, que é o maior. Digo-te o nome de Path-Djehouti e de Khakheperrêsenb... Existe um homem que valha Ptahhotep ou ainda Kaires?"
Djedefhor foi um dos filhos de Quéops, construtor da Grande Pirâmide; Imhotep é o conselheiro e arquiteto do Rei Zoser (de quem falaremos depois); Ptahhotep, cujas máximas chegaram até nós completas, viveu no reino de Djedkarê, último rei da V dinastia.
Os escribas aprendiam sua profissão na escola, durante longos anos. Era necessário saber ler, transcrever os hieróglifos, fazer anotações ditadas, copiar os textos antigos. Uma proteção divina lhes era assegurada durante essa aprendizagem, a de Thot, deus dos escribas.
O material constava essencialmente de uma paleta sobre a qual eram cavados dois recipientes para pintura negra e vermelha e um entalhe comprido para conter os pincéis, simples talos de madeira, muitas vezes mastigados numa extremidade. Os estudantes escreviam inicialmente sobre lascas de calcário cacos de barro {ostraca} ou ainda sobre tábuas untadas de estuque. Depois passavam a se exercitar sobre os papiros, raros e dispendiosos.
Esse ensino não começava sozinho. O bastão do mestre era ainda o melhor instrumento para forjar as jovens mentes egípcias, sempre inclinadas, como as das cri ancas de todos os países e de todos os tempos, 'ao barulho, à tagarelice e à preguiça.
"Escreve", não deixa de repetir o escriba Amemmosé, “discute com os que sabem mais que tu... Para seres forte é preciso exercitar-te cada dia ... Se tens um só dia de negligência, serás vencido. Ele só escuta aquele que o vence. Deixa teu coração escutar minhas palavras. Aproveitarás com isso. Aos macacos ensina-se a dançar. Adestram-se os cavalos. Agarra-se o milhafre no ninho. Faz-se voar o falcão. Não esqueças que se progride discutindo. Não negligencies as escrituras. Escuta, com o coração, minhas palavras e achá-las-ás proveitosas."
Sábias palavras, que fizeram da classe egípcia dos escribas (e dos sacerdotes, como veremos) a mais erudita da Antiguidade e Isto, convém ressaltar, há mais de 5.000 anos.
Depois de sua aprendizagem, se o aluno não andar de “cabaré em cabaré” com o odor da cerveja acompanhando cada um de seus passos", tornar-se-á um personagem importante e seu trabalho será “a primeira das profissões".
“É o escriba quem impõe e cobra as taxas no Alto e no Baixo Egito; é ele quem faz as contas para tudo. Todos os exércitos dependem dele. É quem conduz os magistrados ao encontro do faraó e determina a passagem para cada homem. Enfim, é ele quem comanda o país inteiro; todo negócio está sob seu controle", dizem os papiros.
BRISSAUD, J. O Egito dos Faraós. Rio de Janeiro: Otto Pierre, 1979.
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