GIORDANI, Curti Mario. História da Antiguidade Oriental. Rio de Janeiro, contexto, 1969

Nome da aluna: Juliane Kasiuk

Resenha: Neste livro o autor tem a finalidade de oferecer aos estudantes do curso de história, um trabalho didático referente a introdução à história da Antiguidade Oriental.

O mesmo trabalho apresenta uma breve introdução ao estudo da história, voltado ao tema: “Que é história”, que segue com a definição da palavra e a historiografia dando continuidade a fontes e ciências auxiliares, que definem de maneira clara cada aspecto da síntese histórica.

O livro apresenta uma crescente contribuição de temas que envolvem o estudo da história de maneira objetiva voltado a história do oriente. Assim, inicia com a Idade da Pedra e a Idade dos metais, onde são priorizadas a origem e a clareza de cada acontecimento e fase histórica, em que se pode percorrer sua leitura encontrando em cada capítulo um assunto diferente, como: a história Antiga do Oriente próximo, Os Egípcios, A Mesopotâmia, Os Fenícios, Os cartagineses, Hititas e Hurritas, Os Hebreus, Os lídios, O Irã, A Índia e a China, encontrando em cada tema a fonte, a religião, a política, a literatura e a economia ligados a cultura de cada povo, juntamente com suas crenças e costumes.

O autor procura mostrar com clareza cada estudo presente no livro de forma atualizada, mas mesmo assim pode ser encontrado no livro uma acentuada dificuldade em relação a cronologia Oriental, mas que certamente torna-se relevante pelo conteúdo informativo que a obra apresenta.

Sendo uma contribuição do Professor Mario Curtis Giordani para o conhecimento voltado a Cultura do Oriente. A Antiguidade Oriental possuem valores diferentes entre povos e civilizações que perdem-se ao olhar dos que procuram o estudo da história como fonte de conhecimento e novas descobertas, em que transformações ocorrem entre reinos e culturas diferentes. Mas não deixam de ser um povo como qualquer outro, ou como vários outros, onde escondem mistérios na sombra de seu passado.

Buscar caracterizar um povo pela sua cultura diferenciada, pode ser uma vontade saciada na leitura dessa obra, já que ao final do livro o leitor encontrará uma lista dos clássicos e autores a que se referem as notas do texto, trabalhos constituem-se fundamentais para o estudo da História”. (p.7).

Em síntese o livro é uma obra voltada a estudantes ou ao conhecimento de intelectuais pois apresenta de maneira didática, trabalhos sobre cada fase da Antiguidade Oriental. O próprio autor cita logo na introdução: “A obra que ora apresentamos desenvolve quase todos os pontos do Programa de História ao Antigo Oriente”. (p.8).

Assim como, quando o mesmo escreve sobre o Irã, fazendo primeiro uma introdução, com características que desenvolvem o bom entendimento ao tema, dando informações sobre a localização e os acontecimentos que iniciariam sua história, fazendo uso de fatos que marcaram época e desenvolvendo o texto de maneira atraente, provocando assim um interesse especial, a aquele que inicie a leitura. E por fim dando um desfecho ao tema relatando fases importantes sobre as fontes. “As escovações efetuadas no Irã provam que a antiguidade do povoamento do planalto rivaliza com a da Mesopotâmia... Giyan, nas proximidades de Nehavend, em 1931 e 1932, fizeram descobertas relativas ao desenvolvimento da Ceramica”. P.240.

Dessa foram Giordani, procura descrever etapas de pesquisa da Arqueologia e levantar diferentes informações de um passado que encontra-se presente em nossos estudos, resgatando através da memória traços da cultura dos povos do Oriente. “As partes dos palácios que foram desentulados e reconstituídas por E. Herzfeld em 1932, nos mostram hoje um conjunto de monumentos... mais importantes de nossa época.” P.241.

Portanto um estudo que talvez apenas conclui-se com a observação de volumes inteiros em que assuntos encontram-se difundidos entre enciclopédias e temas mal apresentados. Estão presentes de forma resumida, mais de fácil entendimento nessa obra, de maneira que o leitor aborde seu objetivo de pesquisa nas páginas de cada capítulo.


Título da Obra- História da Antiguidade Oriental
Título: “ O Irã” ( p.240, 241)

Trecho- O Irã está situado quase no centro da Eurásia, tal situação explica o papel que esse planalto desempenhou, outrora, como traço de união entre o oriente distante e o ocidente, servindo de verdadeira encruzilhada para os povos que, em diferentes e recuadas épocas, atravessaram- no desde o Mar Cáspio até o Mar de Omã, desde os Induz até os vales mesopotâmicos. Raças e civilizações diversas se entrecruzaram e se sobrepuseram influindo-se mutuamente e produzindo um magnífico florescimento cultural que culminou, na Antiguidade como Império dos Medos e Persas.

Mas antes de falar em medos e persas, uma história atualizada do Oriente Antigo não pode deixar de citar, pelo menos, alguns fatos principais e alguns dos mais importantes aspectos da civilização elamita que percedeu o aparecimento e a expansão daqueles povos. Como a história do Irã possui seu prelúdio elamita. Encontraremos, mais adiante, um prelúdio egeu à história da Grécia e um prelúdio etrusco à de Roma.

Como muito bem acentua Camerón, a história dos medos e peras se insere numa perspectiva histórica bem mais extensa do que supunha autrora. O mesmo autor adverte que “a história de uma parte do planalto (do Irã), o Elam, não deve ser negligenciado por nenhum daqueles que se dedicam seriamente ao estudo do próximo oriente antigo”. Delaporte acentua a importância de Elam: “No mundo iraniano antigo, o Elam, por sua situação geográfica e suas contínuas relações com a baixa mesopotâmia, desempenhou um papel todo especial. Sofreu a influencia de Sumer e de Akkad, a da Babilônia, mais tarde a da Assíria. Mas não aceita sem discernimento tudo o que poderia impor-lhe o estrangeiro. Se adota o sistema da escrita inventado pelos sumerianos, não toma todos os sinais e compõe para si um repertorio especial, não se embaraça com as complicações às quais os acadianos não chegaram a subtrair-se. Possui uma organização política de um tipo particular, na qual o príncipe só tem acesso ao poder supremo depois de haver passado por funções cada vez mais importantes...”

Fontes- As escavações efetuadas no Irã provam que a Antiguidade do povoamento do planalto rivaliza com a da Mesopotâmia. Com efeito, os instrumentos dos exploradores levam-nos até os tempos neolíticos e fazem-nos apreciar a passagem da vida nômade a vida semi-sedentária, desta a vida sedentária completa das aldeias e das cidades. Desde 1897, uma expedição francesa explora as ruínas de Susa. Entre os quais figuram as necrópoles elamitas. Em Tepe Sialk, perto de Kashan, em pleno planalto iraniano, o arqueólogo Francês Roman Chirshman, a partir de 1933, reconstitui a vida de uma cidade desde suas primeiras instalações sedentárias sobre o planalto até os primeiros séculos do milênio que precedeu a era cristã em Tepe, Giyan, nas proximidades de Nehavend, em 1931 e 1932, fizeram descobertas relativas ao desenvolvimento da cerâmica. Em Tepe Hissar, perto de Damghan, Erich, Schmidt, trabalhando para a Universidade da Pensilvânia, fez importantes descobertas relativas à antiguidade da cultura iraniana. Ernet Herzfeld, em missão da Universidade de Chicago, estabeleceu em Persépolis a existência de estreitas relações com Susa no início dos tempos históricos. Dentre as fontes arqueológicas para o estudo da civilização dos medos e peras, vamos citar a título de exemplo, algumas das ruínas das antigas capitais dos aquemênides.

Em Pasárgada, a primeira capital aquemênida, encontram-se ruínas do provável túmulo de Ciro e de um palácio do mesmo soberano. Em inscrições trilíngues, redigidas em neobabilônia, neo- elamita e em velho persa, Ciro se declara grande rei, o que parece indicar que o palácio foi construído após a vitória sobre Astíages.

As ruínas de Persépolis (os gregos diziam Persópolis, desde a época de Alexandre), cidade fundada por Dario, o Grande, que abandonou pago sob direção do arqueólogo alemão Herzfeld, esses trabalhos foram continuados na atualidade por conta do serviço arqueológico do Irã. Nessas ruínas foram encontrados dados preciosos sobre a civilização aquemênica. Assim, V.G. O gigantesco terraço construído por Dario, o Grande, ao qual se sabe por uma escadaria monumental, o palácio de Xerxes, vestígios de obras de canalização que servia a capital, o palácio de Dario, a Apadana, etc. “ As partes dos palácios que foram desentulahdos e reconstituídas por E. Herzfeld em 1932, nos mostram hoje um conjunto de monumentos tão magníficos que o professor Breasted saudou essa descoberta como uma das mais belas e das mais importantes de nossa época. É só agora que pode dar conta do que era, na época de seu apogeu, a capital aquemênida sob os reinados de Dario e de Xerxes”.

Susa, cuja origem se perde na noite dos tempos, outrora altiva capital dos arquemênidas, é hoje um montão de ruínas através das quais descobrimos sinais de diversos níveis culturais. Da época persa citemos os vestígios do palácio de Dario. “Susa permanece entretanto a fonte da maior parte do material de que dispomos para estudar a história política do Irã antigo, pois nenhum outro lugar elamita ainda foi explorado”.

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