FINLEY, Moses I. Econômia e sociedade na Grécia antiga. São Paulo: Martins Fontes, 1989

Daniéle Aparecida Moreira Bueno.

Resenha:
Neste livro o autor faz uma análise acerca da instituição econômica e sociedade da Grécia antiga. Sua analise divide-se em três áreas de suas pesquisa. Sendo a comunidade da cidade grega (polis), o problema da escravidão no mundo antigo,assim como os mundos Micênicos e Homérico na Grécia Primitiva.

Quando trata aspectos sobre a comunidade da cidade grega (polis), faz um estudo sobre a cidade antiga; o modo de vida, o tipo de comunidade em que viviam. Onde podemos observar a preocupação com a definição da cidade (polis).

O autor faz um estudo acerca de Esparta e a sociedade espartana, analisando a propriedade e família, o modo de organização política.

Acerca do Império Ateniense, observa as ambigüidades do termo império. Aponta questões referentes ao serviço-militar e tributos, que deveriam ser considerados juntos “porque assim foram manipulados por Atenas durante a maior parte da história do Império”(p 49). Outro aspecto apontado por ele refere-se a questões como à terra, debito,assim como a liberdade no mundo grego.

Na segunda parte de seu livro o autor analisa a servidão, escravidão e economia antiga. O escravo era tido como uma “figura decisiva nas comunidades econômica e politicamente avançadas”(p 105).
É observado por ele, questões sobre ao liberdade e o direito na Grécia antiga. Ele procura estabelecer um método de analise o modelo grego de classe social sua categorias intermediárias e mistas.
São estudadas as características sobre a servidão por divida e o problema de escravidão. Sendo abordado o comercio de escravos na antiguidade.

Observa, a inovação técnica e o progresso econômico antigo.Constatando que ouve ao mesmo tempo mais e menos progresso técnico no mundo antigo do que revela o quadro habitual”( p 190).

Quando trata os mundos micênico e homérico, a terceira área especifica de sua pesquisa, é observado por ele questões referentes ao arquivo do palácio micênico e da história econômica. Onde é investigado a economia palaciana, a qual é entediada por ele como “padrão de organização econômico social e político”( p 128).Através dos escritos de Homero e micênicos, é analisado as questões de propriedade e posse na Grécia antiga.

Quando trata o mundo homérico questiona-se acerca do casamento venda e presente. Acercado casamento é abordado as mudanças do tipo de padrão de casamento, o qual foi tido por ele “como ato jurídico formal”(p 266).

Em síntese, a partir do estudo deste livro, que tem como base os estudos sobre instituição econômica e social da Grécia, passamos a conhecer o modo vida da Grécia antiga , sua formação, declínios e progresso, as questões imperiais, bem como a historia econômica e social da Grécia antiga.


Título do trecho selecionado: “ O Império ateniense: um balanço”

Trecho: “Toda doutrina imperialista idealizada pelos homens é conseqüência de reflexões profundas. Mas impérios ano são construídos por homens preocupados com reflexões profundas.”

Começo com a enunciação desse aforisma, cuja veracidade já foi demonstrada no estudo dos imperialismos modernos, Omo um antídoto para o habito usual de iniciar uma discussão do Império ateniense com objetivos e motivos, e desviar rapidamente para atitudes, e mesmo teorias, que supõem terem os homens que criaram e estenderam o Império começando também com um programa imperialista definido e teorias do imperialismo. Um exemplo muito comum do procedimento que tenho em mente é a tentativa de datar umas tantas leis e decretos atenienses (ou apoiar uma data proposta) pelo que se pode chamar de tom imperialista. Se são “duros”, argumenta-se que aparecem de Cleonte e deveriam ser datados de 420 a. C., e não da liderança mais moderada de Péricles, nos anos 440 e 430. Visto que o argumento não é circular, implica a existência de um programa de imperialismo identificável ou, mais propriamente, de dois programas sucessivos e conflitantes. Ora, isso exige demonstração e não suposição.

Uma segunda fonte de conclusão é a inevitável ambigüidade da palavra “império”. Originada da palavra latina imperium, “império” esta ligada a palavra imperador , e a maior parte da longa discussão iniciada na Idade Média e que prosseguiu até os tempos modernos termina em um beco sem saída tautológico: um império é um território regido por um imperador. Todos sabem que há, e existiram no passado, importante impérios que não eram governados por um imperador, e não vejo utilidade em fazer jogo de palavras para escapar desta anomalia lingüística inofensiva. Sugerir, por exemplo, que se abandone “império” como uma categoria na história Grega e se fale apenas de “hegemonia” não me parece útil ou proveitoso. De pouco consolo serviria pra os mélios, quando atacados pelos soldados e marinheiros atenienses, serem informados de que estavam a ponto de se tornar vítimas de uma medida hegemônica e não imperial.

Isso não significa que estejamos questionando a legitimidade dos esforços para fazer a diferenciação entre os impérios. Todos os termos classificadores amplos- “Estado” é a analogia obvia- englobando um amplo espectro de exemplos individuais. O Império persa, o ateniense e romano diferenciam-se entre si de modos importantes, assim como os impérios modernos.Torna-se então necessário como em todas as classificações, estabelecer os cânones de inclusão ou exclusão. Os que jogam com “hegemonia” parecem-me dar um peso excessivo a considerações puramente formais que se adota rigorosamente, fragmentariam a categoria “império” a ponto de torná-la vazia e inútil. O sentido comum é o que está certo neste caso: houve, ao de toda história, estruturas que pertencem a uma única classe em termos substantivos, ou seja,o exercício da autoridade ( ou poder, ou controle) por um prolongado período de tempo. Admito que isso é impreciso, mas as instituições humanas de grade porte nunca podem ser classificadas a não ser por cânones imprecisos: outra vez cito “Estado” como uma analogia.

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